O Bope – Batalhão de Operações Especiais – ficou conhecido em todo o Brasil e fora dele através do filme “Tropa de Elite”, inspirado no livro “Elite da Tropa”. Contudo, poucos sabem que alguns membros do Bope formam o “Caveiras de Cristo”, grupo de policiais evangélicos. O grupo conta com uma banda, a Tropa de Louvor.
Os integrantes usam uma camiseta preta, com uma frase em latim estampada nas costas que diz “Se queres a paz, prepara-te para guerra”. Cultos com toques de show são ministrados nas comunidades após sua pacificação.
Em um sábado à tarde, o morro do Borel teve seu culto-show. Aproximadamente 200 pessoas viram Carlos Mello, sargento do Bope e pastor da Assembleia de Deus, iniciar com a frase “Deus está neste lugar”. O sargento mantém a farda característica do Bope, mas ao invés de uma arma, ele impunha uma Bíblia. A mensagem de paz é clara pelas palavras seguintes – “Estamos aqui trazendo a palavra do Senhor”.
Homens cantando, orando é comum em uma igreja. O público ali assistia estes homens vestidos de preto e com armas na cintura, de início, tímidos. Aos poucos, as pessoas começam a acostumar-se e a quadra da Escola de Samba Unidos da Tijuca torna-se um templo.
“É a primeira vez que os vejo. Estou realmente surpresa. Desmistifica aquela imagem do Bope nos lugares com o Caveirão e para matar”, falou uma moradora da comunidade, Andréia Cristiane de Albuquerque, 34 anos, auxiliar de creche.
O culto envolve muita interação dos moradores. Cura, libertação, anúncio de lançamento de CD, funk-gospel e, como não poderia faltar, testemunhos.
Apesar de o sargento do Bope Max Coelho afirmar que não sabem como convidar a comunidade, a favela do Borel foi a quarta em que o grupo organiza um culto, mas obteve aproximadamente 200 participantes. No Pavão-Pavãozinhos, a primeira em que o grupo realizou culto, 20 pessoas apareceram. No segundo culto, 30 moradores da Ladeira dos Tabajaras compareceram. O morro da providência, na Gamboa, o terceiro em que os Caveiras de Cristo realizaram um culto, somente 10 pessoas compareceram.
Um diferencial dos cultos organizados pelo Bope está na integração entre pastores e padres, que de mãos dadas oram. “Isso aqui traz esperança”, diz o padre da Paróquia São Camilo, na Tijuca, José Patrício de Souza, 63 anos. O bispo Antonio Ferreira, 75 anos, da igreja Evangélica Pentecostal Salvação por Cristo, disse: “Estamos aqui para unir pessoas”. Segundo ele, o culto não é para falar de religião.
Fonte: Gospel+
Com informações do portal O Galileo