A repercussão do vídeo em que Tonzão, ex-líder do grupo de funk Hawaianos, aparece cantando e dançando o “Passinho do abençoado” na Igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias, provocou um artigo de repúdio do pastor Ciro Zibordi.
O pastor assembleiano reproduziu trechos do livro de David Wilkerson, “Toca a Trombeta em Sião”, em que o falecido pregador fala veementemente contra o uso do rock como estilo de música cristã.
Zibordi cita as palavras de Wilkerson em um contexto de “profecia”, e afirma que o escritor já havia previsto que manifestações como essa aconteceriam, e que isso não seria bem visto aos olhos de Deus: “A música mundana que hoje penetrou na casa de Deus causa repulsa no Céu”, escreveu Wilkerson.
Confira abaixo, a íntegra do artigo de Ciro Zibordi sobre o “Passinho do abençoado”:
Caro leitor, o que pregadores e ensinadores tementes a Deus e fiéis à sua Palavra, como David Wilkerson, diriam sobre o funk gospel e o “passinho do abençoado”?
Peço-lhe que assista ao vídeo abaixo, leia o artigo subsequente e depois comente sobre o assunto.
Na sua obra Toca a Trombeta em Sião, publicada em inglês, em 1985 — e lançada no Brasil pela CPAD em 1988 —, David Wilkerson afirmou: “Fiquei extremamente chocado quando recentemente abri uma revista evangélica e vi foto de um grupo de rock ‘pesado’, dizendo-se evangélico. Estavam vestidos com o mesmo traje sadomasoquista que eu vira antes enquanto testemunhava de Cristo nas ruas de São Francisco da Califórnia” (p.93).
Wilkerson partiu para a eternidade há um ano, mas a sua mensagem profética ficou registrada: “Onde está a trombeta em Sião, que não toca? Onde está nossa reação? Onde estão os profetas do Senhor que não bradam bem alto: “Chega! A Casa do Senhor não é lugar de música do Diabo!” (p.94).
Como um verdadeiro profeta, Wilkerson verbera contra a covardia dos ministros do nosso tempo: “Que tipo de ministério covarde temos em nossas igrejas de hoje, que tolera e até aplaude um tipo de música que faz os anjos se envergonharem? […] A música mundana que hoje penetrou na casa de Deus causa repulsa no Céu […]: ‘Como podem pessoas que invocam o santo nome de Cristo apanhar coisas do altar pessoal de Satanás e trazê-las à presença de Deus, lançando-as no seu altar?’ […] Quem são esses roqueiros e inovadores dentro da casa de Deus? São profanadores do santo altar do Senhor!” (p.95).
Wilkerson condena também a falta de discernimento por parte dos líderes e do povo evangélico, em geral: “O que está acontecendo agora é que pastores e suas igrejas aceitam sem exame, nem discussão, música profana no culto. A voz que se ouve é ‘Não julguemos mal’, e isso Satanás usa para ocultar todo tipo de males que tal música traz. […] E é exatamente isto que estes inovadores da música estão fazendo na igreja; destruindo a santidade, zombando da pureza e da separação do mundo” (pp.96-97).
Sem medo, Wilkerson reafirma que a música mundana na igreja é obra do Maligno e verbera contra pais e líderes cristãos por sua conivência: “Satanás está por trás deste tipo de ‘louvor’ que ele quer que lhe seja prestado. Ele irá até os extremos para corromper o verdadeiro louvor ao Senhor. O inimigo está levando vantagem em sufocar o real louvor em espírito e em verdade. […] É chocante eu ouvir pais e pastores dizendo-me: ‘não julgue desta maneira’. Eles deviam obedecer à Palavra de Deus e julgar segundo a reta justiça, para não perderem seus filhos ante as seduções do mundo” (pp.98-100).
Muitos dizem que a música, seja qual for o estilo adotado, é neutra e que podemos usar todo e qualquer ritmo para o louvor a Deus. Veja a resposta do aludido profeta a esse falacioso pensamento: “Uma das razões por que o Espírito de Deus retirou-se do ‘Movimento de Jesus’ surgido na década passada [década de 1970] foi que eles se recusaram a largar o tipo de música anticristã que executavam. Eles deixaram as drogas, álcool, prostituição, e até seu modo estranho de vida. Mas não quiseram abandonar o rock. […] O Espírito de Deus conhece todo mal que há no rock, e Ele nos faz sentir sua tristeza por isso. Os que adoram a Cristo em espírito e em verdade sabem discernir rapidamente o que é o rock” (pp.100-101).
David Wilkerson faz menção também dos repertórios dos cantores pretensamente evangélicos: “Os roqueiros que se dizem evangélicos costumam ter em suas apresentações e LPs um ou dois hinos realmente sacros, mas o restante é a violenta, selvagem e louca música rock. Significa que se eles quisessem, podiam fazer a coisa certa e agradável ao Senhor. Certos roqueiros chegam a me dizer: ‘Eu mesmo não gosto do rock, mas a juventude gosta, então eu toco rock para atraí-los’” (p.107).
Agora, uma parte bastante antipática — mas verdadeira — da profecia de Wilkerson em relação aos apreciadores de show gospel: “Esse tipo de música copiada do mundo não motiva ninguém a dobrar os joelhos e orar, nem mesmo impulsiona os crentes a curvarem suas cabeças em adoração a Deus. A única coisa que essa música faz é levar o auditório a demonstrações carnais de sacudir o corpo, de bamboleios, de dança, que nada têm de espiritualidade. […] Deus está dizendo a esta geração que canta e toca música mundana na igreja: ‘Rejeitais a música de teus pais que adoravam a Deus com toda pureza. Quereis ver os milagres do livro de Atos, mas não quereis a pureza dos vossos pais na fé. Rejeitais a música originada pelo Espírito e abraçais a música que pertence ao mundo’” (p.108-110).
O profeta de Deus geralmente condena o erro e prevê o que acontecerá, caso não haja arrependimento. Veja o que disse Wilkerson, há mais de 25 anos: “Tal música tornar-se-á cada vez mais selvagem, seus festivais de música cada vez mais tenebrosos. Somente crentes desviados, mornos e de nome, frequentarão tais reuniões. Caso o leitor não mais creia em nada do que estou profetizando, creia nisto que vou dizer agora: ‘Deus vai fazer uma operação de limpeza na sua casa quanto à música!’” (p.116).
Wilkerson mostra novamente as características da música mundana e, em seguida, conclui: “Já constatei, sem exceção, que todo crente de vida espiritual profunda com Deus e que vive adorando a Deus em espírito e em verdade leva também muito tempo em oração individual. Esse tipo de crente não aceita música frívola, barulhenta ao extremo, acelerada, dissonante. […] A música mundana na igreja morreria numa semana se cada músico e cantor se humilhasse diante do Senhor e tivesse uma visão do que é a santidade de Deus” (pp.117-118).
Diante do exposto, o que David Wilkerson diria, hoje, a respeito do “passinho do abençoado”, do funk gospel e de outras aberrações do nosso tempo?
Ciro Sanches Zibordi
Fonte: Gospel+