A banda Tanlan assinou contrato com a gravadora Sony Music recentemente e programa o lançamento do CD “Um Dia a Mais” para o próximo mês de dezembro.
Na entrevista concedida à assessoria de imprensa da gravadora, os músicos gaúchos falaram sobre o novo álbum, o pré-lançamento, a forma com que fazem música cristã, a ideia de ser “sal fora do saleiro”, suas letras, sonoridade e projetos futuros, além do significado do nome Tanlan.
Recentemente, a banda foi citada pelo vocalista do Resgate, pastor Zé Bruno, como um exemplo de “coisa boa” no meio musical cristão.
Confira abaixo a íntegra da entrevista concedida pelos músicos à Sony Music:
Pra começar, o que significa o nome da banda e como vocês formaram esse grupo?
Tanlan é nome dado ao estilo de kungfu que se baseia nos movimentos do inseto que aqui no Brasil é conhecido como louva-a-deus. Sempre quisemos utilizar um nome que fizesse referência ao bichinho, em virtude do nome dele, inclusive tínhamos um ícone que com o tempo foi ficando de lado. Atualmente a Tanlan é formada por Fábio Sampaio (vocal, guitarra e programações), Tiago Garros (baixo e backs) e Fernando Garros (bateria e backs). Porém, em nossos shows, contamos com a presença mais que especial de nosso grande amigo e parceiro Lucas Moser fazendo a segunda guitarra.
A proposta artística da Tanlan difere um pouco do que estamos acostumados em se tratando de uma banda gospel. Fale-nos mais a respeito do conceito artístico da Tanlan.
A Tanlan nasceu com o intuito de ser sal fora do saleiro. Muito mais que um discurso “lugar comum”, tínhamos muito claro a percepção de que se quiséssemos chegar aonde a música nascida da perspectiva cristã ainda não havia chegado, precisávamos pensar nossa sonoridade e estética musical e lírica com outros olhos. Assim, nossas composições sempre tenderam para uma poesia reflexiva, que leva o público a pensar sobre o que está cantando. Não damos respostas prontas, mastigadas e nem esperamos convencer ou provar nada para quem nos ouve, apenas falamos daquilo que vivemos de uma forma a não provocar bloqueios imediatos a quem não é cristão. Queremos o diálogo, instigamos o incômodo e esperamos que com isso o ouvinte seja impelido a conhecer mais do projeto, escrutinar as letras e assim, conhecer mais profundamente aquilo que somos e a quem professamos.
Como vocês foram descobertos pela Sony Music? Como se deu esse processo até a contratação pela gravadora?
Sempre acreditamos que a internet é a ferramenta mais preciosa para uma banda independente. É na rede que podemos distribuir nossas músicas, vídeos e ideias. E certamente foi através dela que o Maurício Soares, executivo da Sony, nos conheceu. Há pouco mais de dois anos soubemos que o Maurício sabia de nossa existência e que vinha nos acompanhando pela web. Com o tempo fomos estreitando os contatos e conversando sobre a proposta, sonoridade e ideias da banda. Após o lançamento virtual do novo disco “Um dia a Mais”, o interesse da gravadora se tornou mais evidente e o Maurício entendeu que era hora de darmos um passo mais concreto em relação a Sony.
Vocês são artistas que estão buscando o crossover, ou seja, romper com as limitações do mercado gospel. Isso é objetivo claro ou se tornou algo natural?
Isso é natural pela forma como entendemos que o cristão deve se posicionar. É nosso dever como cristãos influenciar a cultura, sermos relevantes e “salgar o mundo”, mas isso só é possível se conseguirmos nos comunicar de alguma forma com ele. Assim, desde o início da banda, temos como proposta ser uma “banda de rock” (sem subgêneros mesmo), ou seja, uma banda que faz música, que se comunica com quem se interessar pelo seu som, independente de ideologia ou fé. Nunca quisemos ser uma banda que por suas letras e músicas consegue se comunicar apenas com os cristãos, mas escrevemos propositalmente de uma maneira que consiga dialogar com quem não faz parte deste contexto. Mas o fato de sermos todos cristãos evangélicos – e nunca negarmos isso, e termos em nossas letras uma perspectiva das coisas a partir de um ponto de vista cristão, faz com que muitas vezes sejamos classificados como uma banda gospel. Isso nunca foi problema pra gente, pois os rótulos de uma maneira geral, são importantes para a maioria das pessoas. Mas essa classificação surge geralmente do público cristão que está, de certa forma, acostumado com essa nomenclatura. O nosso publico dito “secular” não se importa muito com isso, e se interessa muito mais pelos aspectos estéticos da música. Se eles gostam, é porque a música se comunica com eles de alguma forma. Já tivemos algumas oportunidades de tocar em festivais e shows em bares locais, inclusive fomos convidados a tocar por duas vezes em São Luís do Maranhão numa das casas de shows mais conhecidas da cidade, sem nunca ter tido qualquer tipo de rejeição por conta de quem somos ou no que acreditamos.
Falando do novo CD, quais as novidades para este novo projeto?
No primeiro disco a Tanlan ainda estava em busca de uma identidade sonora. O álbum possuía uma colagem de estilos que nos indicavam o caminho que estávamos buscando. Com os anos, shows e a convivência como banda, começamos a identificar quais as características estéticas, filosóficas e teológicas que mais tinham a ver com a gente. Assim, depois de lançarmos o single “De onde vem” em 2010, sabíamos que aquela sonoridade iria pautar todo o novo álbum. Esse novo disco possui uma sonoridade mais homogênea e uma linha temática mais concisa. Enquanto em “Tudo que eu queria” fazíamos muitas perguntas, em “Um dia a mais” tentamos dar algumas respostas. E Isso foi algo muito natural pra gente, nada planejado. As composições foram gradativamente levando-nos nessa direção. Não creio que deixe de se comunicar com todos, da maneira que o “Tudo que eu queria” fez. Mas é possível que o público cristão encontre nele uma identificação maior do que já vinha tendo.
Como foram escolhidas as canções que fazem parte deste repertório?
Durante todo o ano de 2011 compusemos em torno de 20 canções, que nos ensaios e pré-produção foram ganhando “pesos” maiores e menores em nossa concepção do disco. Daí, escolhemos as 12 que mais transmitiam aquilo que queríamos dizer e assim nasceu Um Dia a Mais.
E como é a receptividade do público?
É sempre muito surpreendente. Nossos shows são carregados de muita energia na performance, o que proporciona uma experiência muito impactante para quem está assistindo. Há sempre muita interação com o público que, quando já nos conhece, não para de cantar um segundo sequer.
E como é a agenda da Tanlan? Vocês tocam em eventos de música gospel, em igrejas, em festivais seculares…
Sim, participamos de festivais, seculares e evangélicos, e sempre tentamos criar parcerias com outras bandas para tocar em bares e casas de shows. Tocamos em conferências e igrejas evangélicas também.
E a relação da banda com as novas tecnologias e em especial com as redes sociais?
Estamos conectados praticamente 24h por dia 7 dias por semana. hehehehe brincadeira. Mas a verdade é que valorizamos muito todas as ferramentas que a internet nos proporciona para a divulgação e ampliação do projeto Tanlan.
Quais são as referências artísticas de vocês?
Nós temos as mais diversas referências musicais. Desde os clássicos do rock, passando pelo rock dos anos 80, até as mais desconhecidas bandas da atualidade. Eu, Fábio, sou um prospector de novidades e tendências e estou sempre buscando algum som novo ou banda que traga algum frescor ao rock. Assim, estamos sempre antenados com o que está acontecendo lá fora e tentamos produzir uma sonoridade que seja atual e que se comunique com esta geração em que estamos. Acho que podemos citar como referências: Muse, Switchfoot, Foo Fighters, Doves, Jars of Clay, As Tall as Lions etc. No que diz respeito à filosofia da banda podemos citar autores como Frank Schaeffer, Steve Turner, Guilherme Franco entre outros.
Muitos sonhos, muitos objetivos. Quais as expectativas da banda para essa nova fase na carreira?
Estamos muito felizes com todas as novas possibilidades que a Sony pode nos proporcionar, mas não queremos tirar os pés do chão. Como banda independente sempre tivemos que trabalhar muito duro e sabíamos que só assim chegaríamos a algum lugar. Agora, com a gravadora, temos a convicção de que teremos que trabalhar muito mais para manter e ampliar as portas que já foram abertas, e desbravar novos horizontes que ainda estão por vir.
No CD há uma participação especial do Marcos Almeida do Palavrantiga na faixa Vaidade. Fale-nos um pouco desta canção e da parceria.
Conhecíamos o trabalho do Palavrantiga desde o lançamento do primeiro EP deles, mas só os conhecemos pessoalmente quando tocamos juntos no Festival LOVE 2011 em SP. Desde então eu tenho mantido contato com o Marcos. Quando começamos a gravar o novo disco, já tínhamos o interesse de convidá-lo para participar em alguma faixa. Ao mostrarmos a “Vaidade” pra ele, imediatamente topou, querendo inclusive vir a Porto Alegre gravar a parte conosco. A participação dele foi precisa, e acrescentou muito à canção. Ela fala um pouco do fato de que somos todos seres humanos falhos, corruptos e inclinados para fazer o mal, ao mesmo tempo em que nos importamos com os outros, nos sacrificamos por eles e buscamos o bem. Essa aparente contradição faz da gente uma espécie muito complexa e profunda. Creio que, quando fomos criados, Deus queria que quando encontrássemos em nós este conflito, buscássemos nEle o equilíbrio e completude tão desejados. É por isso que a vida ainda, e sempre, vale a pena. Não vivemos tudo o que temos pra viver, e nem conhecemos tudo o que temos para conhecer. Por isso, vivamos(!), pois apesar de tudo, a vida ainda vale a pena.
Quais as músicas deste CD que você destacaria?
Pergunta difícil. (Heheheh) Todas as faixas têm algum significado importante pra mim. Mas acho que poderia destacar “Louco Amor” e “Vaidade”.
Nos próximos meses…
Estamos produzindo nosso primeiro Clipe, e planejamos ainda outros. Também iremos nos dedicar às viagens para shows e divulgação do novo disco.
Pra terminar, contatos da banda e uma mensagem final aos nossos leitores.
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Por Tiago Chagas, para o Gospel+