Desde a semana passada, David Fantazzini, Chris Durán e uma junta de missionários de diversas denominações desembarcaram em Porto Príncipe, capital do Haiti, para um projeto de evangelismo local.
O grupo chegou ao país dia 17 e, no dia 18, quando se comemora a Independência do Haiti, foi realizado um grande culto ao ar livre. Além do Evangelho, levaram também ajuda humanitária, incluindo remédios e alimentos.
“Quando fui chamado, aceitei de imediato o convite. Meu novo disco fala muito de trabalho missionário, e me senti convocado pelo Senhor a ir. Se canto ‘Aqui estou eu’ (faixa que dá título ao CD), como diria ‘não'”, comenta Fantazzini, por msn, diretamente do Haiti.
Por falar em depoimento, o cantor nos mandou, por email, suas observações do país e muitas fotos, que podem ser vistas em nosso blog.
Leia, abaixo, a mensagem de Fantazzini.
“Chegamos ao Haiti na terça-feira passada, dia 17, e confesso que nada em minha vida poderia me preparar para as coisas que estou vendo em Porto Príncipe, capital do Haiti. O povo é guerreiro e alegre, mas as imensas dificuldades do país endureceram o coração das pessoas e criaram uma mentalidade pedinte e conformada nos que vivem nessa ilha do Caribe.
A falta de energia elétrica e combustível obrigou a população a consumir a maior parte da vegetação em busca de carvão, e isso, somado ao lixo depositado perto dos rios e a falta de água encanada, resultou na extinção da maioria dos rios da ilha, levando o povo a sofrer com a falta de água para a própria sobrevivência. Os moradores que têm condições mantêm suas casas com geradores e baterias de carro, e usam a água de poços para suas necessidades.
Por não disporem de luz em casa, as pessoas passam quase que a noite toda andando pela cidade. É uma caminhada frenética pelas escuras e estreitas ruas de Porto Príncipe. Vendedores ambulantes disputam os poucos compradores de comida.
A igreja evangélica tem crescido, mas ainda tímida em relação ao vodu, religião praticada pela maior parte dos haitianos e que gera um pavor silencioso no coração, revelado pelo semblante carregado do povo.
Quando saímos às ruas para filmar a cidade, percebemos que as pessoas gritam em protesto e constantemente fazem gestos obscenos ao nosso cinegrafista Anselmo Döll, que, apesar de sua grande experiência pelo mundo, concorda que nunca sentiu como nesses dias de trabalho no Haiti a eminência do perigo.
A cidade toda é cinza, porque as casas são inacabadas e sem pintura. Os carros abandonados e quebrados na rua revelam as condições precárias das vias esburacadas, sem asfalto e cheias de pedras.
O que mais nos impressiona aqui é o amor e o carinho que o povo tem pelo Brasil. Eles são fanáticos pelo futebol brasileiro, e, quando um jogo da Seleção e transmitido, o povo sai às ruas para festejar.
No dia 18 de novembro, fizemos um culto de unidade entre Brasil e Haiti. Tivemos a participação do cantor francês Chris Duran, que, num ato profético da lavagem dos pés dos pastores haitianos, pediu perdão à Igreja no Haiti pelo tempo em que a França ocupou o país, e os pastores fizeram o mesmo por causa do derramamento de sangue dos soldados franceses no processo de libertação na nação.O Senhor tem ligado o coração do povo haitiano ao Brasil, e creio que, em breve, o coração do brasileiro vai se unir a Deus em clamor pelo povo sofrido desse país. Tenho a certeza de que a Igreja brasileira terá um papel fundamental na transformação e na libertação espiritual no Haiti. E, como foi pronunciado no culto de unidade Brasil-Haiti, o Haiti para Jesus. Jesus para o Haiti”.
Um abraço,
David Fantazzini
Fonte: Graça Music / Gospel+
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