A cantora Marcela Taís fechou contrato recentemente com a gravadora Sony Music, para relançar seu álbum “Cabelo Solto” e produzir um novo trabalho para 2013.
Em entrevista concedida à assessoria de imprensa da gravadora, Marcela Taís fala sobre suas origens, sua relação com a música, sua forma de compor e propósitos, além da sua relação com o projeto Eu Escolhi Esperar.
Segundo Marcela Taís, a música não precisa ser, necessariamente, direta e objetiva para transmitir sua mensagem: “Na Bíblia, vemos Jesus falando por parábolas para que as pessoas compreendessem melhor, Davi escrevia salmos bem floreados, Salomão era pensador e criava paradoxos”, argumenta.
Leia abaixo a entrevista na íntegra:
Pra quem ainda não conhece Marcela Taís, conte–nos um pouco de sua trajetória até aqui.
Tenho 26 anos, nasci no Mato Grosso do Sul e moro em Brasília. Sou formada em Letras e amo escrever, porém, sempre fui apaixonada pela música desde criança, então decidi unir minhas duas paixões: poesia e música.
Na Igreja, lá estava eu balançando o vestido, desde a infância, os sons me encantavam e cantar era comigo mesmo. Meus pais eram músicos, cheguei estudar um pouco de música, queria tocar saxofone. Na adolescência só cantava no quarto, inventava melodias e gravava numa fita cassete. Gostava também de escrever, tenho minha pasta de poesias até hoje e naquela época já olhava para ela e pensava, “isso dá um monte de música”. Cresci, me formei, amadureci profissionalmente, trabalhei em TV e fui redatora publicitária. Ministerialmente, já ministrava e cantava. Certo dia em casa, numa brincadeira de “compor” com meu amigos, nasceu a música “Não tenho o dom”, ficamos espantados com o resultado, eu nas noites seguintes mal dormi pensando no quanto ela não poderia ficar guardada.
Finalmente, resolvi mostrar a um produtor musical que trabalhava ao lado do meu serviço, nos enchemos de idéias e ficamos muito amigos na época. Na sequência, desenrolaram-se diversos outros fatos que me levaram descobrir oquanto realmente era o plano de Deus para minha vida e o quanto era sério, foi um marco, aconteceu de forma muito especial e há muitas histórias, tanto deriso quanto de lágrimas.
Sua música não segue os padrões convencionais do meio gospel. Você utiliza uma linguagem mais poética, criativa, sem utilizar-se de jargões, mas ao mesmo tempo, sem abdicar de mensagens e conceitos cristãos. Esta linha de trabalho foi algo pensado ou aconteceu de forma natural?
Natural, pois já escrevia desde cedo. Uma das músicas mais fortes do meu CD por exemplo, é esta que chama-se “Não tenho o dom”, feita em 2003, ou seja, quando a escrevi nem imaginava o rumo que teria, ainda era adolescente. Na Bíblia, vemos Jesus falando por parábolas para que as pessoas compreendessem melhor, Davi escrevia salmos bem floriados, Salomão era pensador e criava paradoxos, enfim, acredito que há várias maneiras e linguagens para comunicar o amor de Deus. A técnica é importante mas a essência é fundamental.
E como tem sido a repercussão do público para o seu trabalho?
Graças a Deus, positiva, receptiva e crescente. Estou muito feliz. É emocionante e muito gratificante acreditar em um sonho e após “plantar chorando, voltar sorrindo.”
Você imaginava que teria uma visibilidade tão rápida com o seu projeto?
Sim e não. “Sim” porque sempre após a finalização de uma música, sentia um frio na barriga e uma confirmação dentro de mim, eu sabia que o mais importante de tudo, mais do que eu mesma, era o propósito contido nas músicas. E “Não” porque o projeto original não foi visando o comércio, mal tinha grana para pagar o estúdio e nenhum “patrocinador”, só um milagre mesmo do céu poderia fazer algo…
Agora fazendo parte do cast de uma gravadora como a Sony Music, as responsabilidades aumentam? Como você tem encarado essa nova fase em sua carreira?
Após este tempo como independente, acredito que passei pelo mais difícil: O início. Correr atrás de cada detalhe, divulgar e fazer o trabalho chegar até as pessoas é complexo e árduo, quem é independente sabe o que estou falando, porém, acrescentou muito, aprendi o valor de trabalhar eisso firmou a identidade do projeto. Nesta nova fase com a Sony, com certeza as responsabilidades aumentam, continuaremos trabalhando muito, mas também poderemos focar nas produções e criar mais! Tudo foi no tempo certo, o primeiro contato já existia através do diretor Mauricio Soares, há quase 2 anos atrás. De lá para cá criou-se amizade, quando surgiu o convite, o fato de saber que nosso projeto seria cuidado por alguém que o conhecia desde o começo gerou esta confiança. Estamos cheios de idéias e temos uma grande parceira. Espiritualmente falando, estanova fase vem também responder uma oração que sempre faço: “Deus, que estas músicas alcancem o máximo de ouvidos.”
Neste primeiro projeto, algumas músicas já estão despontando como hits. Quais são os destaques deste álbum?
No litoral, as que possuem proposta mais para o reggae e folk são bem fortes, como a “Declaro paz”, “Reggae não vaidade”, “Pra você sorrir”. Mas no geral, “cabelo solto” a faixa título, “menina não vá desanimar” e “não tenho o dom” são as queridinhas, onde chegam conquistam rápido e são sempre pedidas nos shows. A do momento é “Escolhi te esperar” que virou sucesso juntamente com seu clipe já no lançamento.
Sua música fala de amor, natureza, amizade … tudo de uma forma muito cool, despojada … isso é o jeito de ser da própria Marcela Taís?
Certa vez minha mãe me disse: Faça tudo que você quiser, desde que não seja pecado, foi o que segui. Curto muito esportes deaventura, fiz rapel, mergulho, hipismo, adoro trilha, pular de cachoeira, já saltei de pêndulo em algumas pontes e outras coisinhas… Enfim, sou esta magrela baixinha mas curto viver intensamente, me sentir viva e compartilhar a vida com quem amo.
É verdade que com a música agora fiquei mais “tranquila” mais focada nela (Para alegria da minha mãe que já estava preocupada com minhas aventuras) mas, eu sempre fui isso, desde menina era doida com animais e natureza. Também amo viajar, ver coisas novas e dirigir, como eu gosto de pegar estrada! Acredito que o jovem pode se divertir muito além de beber, se desgastar em relacionamentos ou curtir uma liberdade que na verdade só te faz pecar contra Deus e seu próprio corpo. O jovem cristão tem muitasvantagens e Deus patrocina a diversão, Deus nos quer felizes, sorridentes, satisfeitos, completos… Eu acredito assim, poir isso acabo levando para minhas músicas e ministrações por onde vou.
O projeto Escolhi Te Esperar, “adotou” seu trabalho e sua música. Qual a importância deste projeto em sua carreira?
Sem dúvidas, um presente. Já havíamos ouvido a respeito do projeto, procuramos o Nelson (líder do movimento) e aconteceu a parceria. Além de combinar bastante as duas propostas, houve muita afinidade entre nossos ministérios e inclusive hoje, os acompanhamos fazendo shows emalguns de seus seminários. Para mim, o projeto do “Eu Escolhi Esperar” é uma feliz coincidência (de Deus) que nos abençoou e ainda tem nos abençoado muito e estamos amando estar com eles e ver a enorme diferença que estão fazendo pelo Brasil afora na vida de tanta gente, são um exemplo para todos nós.
Como você enxerga a música cristã produzida no Brasil?
No meio cristão temos música para todos os gostos, acho justo e curto bastante esta diversidade. Sinto que novidades irão surgir e todos devem estar cada vez mais antenados e abertos para isso, as pessoas querem novidades, isso é natural, se até as misericórdias do Senhor se renovam, nossa música pode também fazer o mesmo. O brasileiro em geral é muito musical e criativo, acredito que podemos extrair o máximo disso e ousar mais, para isso, também devemos buscar conhecer e estudar a música e as possibilidades dela,melhorar, evoluir, mesmo que o alvo seja espiritual, não há como fugir da parte técnica que envolve todo o processo, é essencial ter um trabalho de qualidade. Tenho orgulho de muitos músicos cristãos que estão fazendo lindos trabalhos em nosso país mesmo diante de tamanhas dificuldades que eu sei que existem, principalmente os corajosos independentes, tiro o chapéu.
Quais são suas expectativas para os próximos anos? Muitos sonhos, projetos, novidades?
Muito de tudo! Estou numa fase repleta de novidades, tanto na área pessoal quanto ministerial e artística. Além de vários projetos sendo amadurecidos, teremos novas parcerias vindo por aí que vocês ficarão sabendo em breve.
Você é uma artista que sabe utilizar-se bem das ferramentas tecnológicas. Qual sua relação com as redes sociais e a web?
É essencial. Hoje, tudo que as pessoas quiserem saber sobre nosso trabalho está em nossas redes ou site, todo dia postamos conteúdo novo e interessante. As redes sociais é o antigo “boca a boca”, a pracinha da cidade de interior. Aconteceu na web? pronto, as pessoas ficarão sabendo. Sou muito grata a esta tecnologia e acredito que muitos outros artistas também, se ainda algum cantor ainda não está se utilizando dela, corra!
O custo para divulgação requer mais criatividade do que dinheiro e o resultado é certo se as pessoas gostarem. Até acrescentei em meus “agradecimentos” do CD, um “obrigada” especial aos amigos virtuais, foram eles os principais divulgadores, alguns apoiam desde o começo. Chego até reconhecer alguns nos shows só de me falarem o nome, ou ainda, lembro do rosto, devido a foto do perfil, eles nem acreditam, mas acabo gravando, tamanho o relacionamento que as vezes se dá nas redes, isso é legal. Infelizmente, devido aos afazeres e compromissos nunca conseguimos fazer tudo e responder a todos, mas, sempre que possível, vale a pena e é gratificante, além de fornecer um feed-back do trabalho.
Se não fosse cantora, qual profissão você seguiria?
Queria ser uma daquelas repórteres (sortudas) de viagens e aventuras. Queria também desenhar sapatos e ter uma marca. Mas, para ser sincera, se eu tivesse tido dinheiro, teria sido fazendeira! (risos)
Pra terminar, deixe seus contatos e informações.
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Por Tiago Chagas, para o Gospel+