A cantora gospel Karol Stahr concedeu entrevista falando sobreo lançamento do novo CD “Muito Mais”, produção, carreira, atividades profissionais, família e ministério.
Ela falou sobre as influências na construção do álbum e sobre o relacionamento profissional com o marido, Thiago: “O repertório é formado por um conjunto de influências musicais minhas e do Thiago, meu marido, compositor comigo e co-produtor. Nós basicamente ouvimos muito r&b, jazz, MPB. Curtimos muito os cantores de jazz americano, dentre outros cantores e estilos musicais variados. Também não deixamos de lado nossa influência da música popular brasileira”.
Confira abaixo a íntegra da entrevista de Karol Stahr ao site Supergospel:
Quem é Karol Stahr?
Serva de Deus, capixaba, casada, cantora, compositora, personal stylist, amante da música e da moda.
Nascida num lar evangélico, participei de corais, orquestras, grupos vocais e bandas na igreja, gravei um cd com o grupo Vocale em 2008, vivenciando, assim, a música desde os 5 anos de idade, ao iniciar os estudos de piano clássico.
O que mais te marcou durante a gravação do novo álbum intitulado Muito mais?
Além do profissionalismo de todos os envolvidos – engenheiro de som, produtor, músicos, participações especiais – o que mais me marcou foi a unção e a musicalidade de Abraham Laboriel e Justo Almario. Dois servos do Senhor que, após tantos anos dedicados à música e à adoração, ainda conservam a paixão e o ardor que vem dentro, da ação do Espírito Santo na vida de cada um deles.
Não posso deixar de ressaltar o apoio do Nelsinho Rios, produtor que acolheu a mim e a meu marido em Los Angeles por 25 dias, nos ensinando sobre a objetividade e qualidade da proposta musical americana.
Por fim, sempre reconheço o cuidado de Deus na minha vida e na de Thiago no mês que estivemos em Los Angeles/CA. A provisão e preparo em todas as etapas, desde a primeira idéia de gravação até o produto final.
Em que consiste o repertório desse do CD? Qual a vertente? Quais os estilos?
O repertório é formado por um conjunto de influências musicais minhas e do Thiago, meu marido, compositor comigo e co-produtor. Nós basicamente ouvimos muito r&b, jazz, MPB. Curtimos muito os cantores de jazz americano, dentre outros cantores e estilos musicais variados. Também não deixamos de lado nossa influência da música popular brasileira.
Como não poderia deixar de ser, os estilos que a gente admira, estuda e acompanha acabam surgindo, de uma maneira ou de outra, em nossas composições. Todos esses estilos formam nossas referências musicais que depois de recicladas, ainda sofrem influência da linguagem pop sofisticada – no sentido de melodia e refrões – com algum trecho melódico marcante.
Resultado: um cd pop com toques de R&B e jazz.
Como foi o processo de escolha das canções?
Bom, desde o início de 2010, eu e o Thiago estamos tirando do papel nossas idéias. Resolvemos apostar em um CD todo autoral – nada de colocar uma versão de um hino ou de uma música já conhecida com uma mega participação especial.
Quisemos imprimir nossa marca, arriscando em algo totalmente novo. Esperamos com isso contribuir para a reciclagem da música cristã no Brasil. Isso inclusive é uma marca da cultura musical americana que observamos no tempo que estivemos lá: investir em novidade. Deixar de lado fórmulas prontas ou ao menos reinventá-las.
Assim, o disco é composto das nossas 12 primeiras canções (começamos a compor em 2009 e Deus nos presenteou, primeiramente, com as 12 músicas que estão no álbum). Nunca tínhamos parado para compor, apenas fazer arranjos de músicas prontas.
Deus é fiel e perfeito! Pudemos lançar um projeto autoral e agora já estamos com músicas guardadas para o segundo trabalho – presentes de Deus!
A ficha técnica do álbum possui nomes de peso, como Abraham Laboriel, Justo Almario, Otmaro Ruiz, Rique Pantoja, Grecco Buratto, Edwin Livingston, dentre outros nomes da música internacional. Como foi essa experiência?
É fantástico ter contato com músicos do primeiro time da música internacional. É outra abordagem profissional – um misto entre dirigi-los e deixá-los à vontade para darem seu toque particular. Do lado pessoal, são todos fantásticos, absolutamente focados no que vão fazer. Você sabe que vão produzir um excelente material em um tempo relativamente curto.
Outra coisa interessante é que eles estão à sua completa disposição. Ficam abertos à orientação do produtor, sem vaidades, apenas querem dar o melhor dentro da proposta musical oferecida.
Vi, em cada um dos músicos, muito profissionalismo, compromisso, seriedade, excelência e amor a Deus e à música. Um exemplo para cada um de nós!
Qual a sua formação musical?
Bom, tenho uma formação musical mais erudita. Venho de uma igreja (Primeira Igreja Batista de Vitória/ES) de tradição em orquestras, corais, musicais etc. Estudei a vida quase inteira piano clássico, acompanhei corais e tudo mais. Creio que essa vivência me trouxe uma bagagem fantástica, principalmente na parte vocal, além da sensibilidade em lidar com quartetos, corais, cordas, esse universo mais erudito.
Além do erudito, tive vivência em grupos vocais, bandas e em ministração de louvor desde a adolescência até hoje. Também em 2008 participei do primeiro CD do grupo Vocale (grupo vocal feminino) onde tive minha primeira experiência em estúdio. Um disco com muita influência da música brasileira.
Estudei piano clássico desde os cinco anos de idade, me dediquei por um tempo ao estudo do violino e tenho sempre especializado o canto com aulas específicas e fonoterapia.
Junto a esse crescimento na música erudita – o que proporcionou muita técnica – a formação mais popular do meu marido e o que ouço e estudo hoje em dia (voltado também ao popular) me trazem uma gama de referências e ótimas vivências musicais para utilizar nas composições.
Ter contato com todo tipo de música boa ajuda a ampliar os horizontes, principalmente se você quiser trazer algo novo para o meio musical. Temos que ouvir muita coisa sempre, pesquisar e reter o que é bom. Precisamos expandir horizontes, experimentar, conhecer estilos diversos e saber inserir em sua música o que tem a ver com seu estilo. Assim criamos algo novo, com personalidade.
Além de cantora, você exerce algum outro talento?
Sempre estive muito envolvida com arte (quase toda minha família é formada por músicos, design de interiores e eu, personal stylist). Na igreja já trabalhei com música instrumental e vocal, corais, grupos vocais e já atuei como líder de grupos de dança.
Na vida profissional atuo como personal stylist. Trabalhei com criação, produção de moda e hoje, atuo exclusivamente com consultoria de imagem voltada para o aprimoramento visual de clientes e empresas.
Tenho um blog há 3 anos (www.blog.karolstahr.com) onde escrevo sobre o vestir com dicas de estilo para homens e mulheres e escrevo, eventualmente para portais de moda. Participo de programas locais em Brasília falando de estilo e busco me especializar ao máximo na área.
Tenho escrito sobre o vestir do adorador e, às vezes, posto alguns textos no blog de cantora (karolstahrmusic.blogspot.com). Quem sabe isso vira um futuro livro… Vejo o quanto os evangélicos precisam se interar sobre estilo e entender que moda não é pecado. Ser fiel ao seu estilo e ter bom senso só tem a acrescentar no perfil do adorador.
Qual a sua opinião em relação ao mercado de pirataria de CDs e download ilegal de músicas?
Nós produtores de conteúdo musical jamais poderíamos nos conformar com a pirataria. Ainda que você baixe uma música para consumo pessoal, alguém está se valendo desse movimento de downloads ilegais. É preciso criar no brasileiro a cultura por adquirir, mesmo pelos meios digitais, o conteúdo lícito, pagando pelos downloads.
Acho que entramos numa fase boa de comercialização online de conteúdos musicais, como por exemplo, o ITunes Store, os meios de assinatura para audição por streaming. Basta esses meios estarem acessíveis também aos artistas independentes para ampliarmos os conteúdos, senão vamos continuar na mesmice de sempre ter os mesmos das grandes gravadoras.
A indústria fonográfica também tem se mobilizado para tornar o CD mais acessível, para tornar a compra das músicas mais fácil e barata. Nesse tema tem só um ponto que precisamos também levantar: o pagamento dos direitos autorais pelas rádios, televisões e todos os meios de divulgação pública de músicas. Tem gente aí que diz combater a pirataria, mas não paga os direitos autorais ao Ecad. Tem rádio com dívidas enormes e não pagam. Enfim, tem esse lado também, que remunera o artista e possibilita a manutenção de seu ministério, de sua carreira.
Você pretende investir na produção de vídeo clipes?
Pretendo sim. Embora eu saiba que em uma carreira musical independente as coisas acontecem mais devagar, em razão da falta de estrutura e dos recursos limitados, já tenho a concepção de um clipe. Falta dar mais uns passos e levantar os recursos. Já tenho pesquisado produtores e produtoras, coletado clipes de inspiração e agilizado este projeto para 2012.
Em relação ao clipe, penso em propostas diferentes. Não dá pra fazer o clipe só filmando o artista numa praia, na natureza… Tem que ter uma proposta visual, um roteiro que condiga com a mensagem.
Quero ser fiel ao meu estilo e assim, consolidar quem sou, minha música, meu estilo de viver e viver Cristo!
A cada dia vemos crescer o uso de meios eletrônicos, como o Twitter, o MySpace, Orkut, Youtube, entre outros, para divulgação do trabalho. O que você acha dessas novas opções de mídia?
São fantásticas. Para o artista independente então é quase uma tábua de salvação para você acessar diretamente o seu público, sem depender da mídia, que muitas vezes cobra os olhos da cara para veicular seu trabalho.
Além disso, poder compartilhar da salvação em Cristo, do seu amor e de sua graça para pessoas que você dificilmente alcançaria é muito interessante. Basta utilizarmos com sabedoria, aproveitando a oportunidade para lançar as sementes do Evangelho. Uma hora elas brotam.
O que não dá é para se expor nesses meios e não mostrar diferença na sua vida.
De tudo o que foi dito aqui, que outra informação você gostaria que soubessem a seu respeito?
Bom, eu gostaria que soubessem que eu me apresento ao Brasil com uma proposta musical diferenciada, amadurecida, com o objetivo de romper as barreiras do meio “gospel” e atingir vidas ainda não salvas. Falar das lutas do dia a dia, da necessidade de nos colocarmos no altar do Senhor a cada instante, de deixarmos as picuinhas de lado e exercermos o amor verdadeiro. Com os olhos no Senhor, mas com os pés no chão, porque é assim que vivemos. Só seremos 100% espirituais na glória.
Hoje ainda temos lutas, desafios, derrotas, desilusões, perdas, mas temos a vitória garantida pela Cruz. Este ministério – Karol Stahr – é para levar uma mensagem, para proclamar Cristo, para viver missões através da música! É por isso que Deus levanta pessoas para cantar, tocar, ministrar, pregar. Não quero me esquecer disso nunca! Não quero viver o eu, mas o Cristo que vive em mim!
Para encerrar, quais são os seus projetos para 2012?
Em 2012 quero lançar meu clipe, investir em mídia de maneira selecionada, produzir alguns shows bem bacanas aqui em Brasília, em teatros, fora do ambiente de igreja, e estar disponível para rodar pelo Brasil, pregando a Palavra, sendo sal e luz e compartilhando da minha música.
Poderia deixar um recado para nossos leitores?
Busquem sem cessar a Palavra. Encham-se do Espírito Santo de Deus, vivam em amor a Deus e ao próximo, conheçam mais a Deus e si mesmos e sirvam muito ao Senhor. Que seu andar, falar, vestir sejam condizentes com quem vocês são, e que tudo isso seja aperfeiçoado a partir de um relacionamento íntimo com o Senhor! Muita música em 2012!
Assista abaixo dois vídeos com músicas da cantora, “Permanecer” e “Dia a dia”:
Fonte: Gospel+