Depois de sete anos longe da banda Korn o guitarrista Brian “Head” Welch voltou a tocar com o grupo no último sábado (5) no festival Carolina Rebellion. Junto com o grupo ele tocou a música “Blind” um dos grandes sucessos da banda de rock.
“Quero trazer aqui um dos meus mais queridos, mais antigos e mais amados velhos amigos para vir e se divertir conosco”, anunciou o vocalista Jonathan Davis, conforme mostrou o site da Gibson.
Brian “Head” Welch saiu do Korn em 2005 depois de conhecer o evangelho e desde então tem se dedicado a sua carreira solo. Recentemente Brian esteve em São Paulo em um show com participação de Rodolfo Abrantes.
O site Korn Brasil publicou uma entrevista em que Brian “Head” fala sobre a volta aos palcos com o Korn e seus projetos:
LIVE METAL: Então é a maior notícia circulando a seu respeito no momento – você quer nos contar o que aconteceu ontem, sobre tocar com sua antiga banda novamente?
BRIAN “HEAD” WELCH: Sim. Minha filha está começando a curtir todas essas bandas, como o Chevelle, e então o Chevelle tocou ontem, o Evanescence tocou. E ela não pôde ir à um show do Chevelle em Phoenix a pouco tempo atrás, então eu pensei, nós estamos com o P.O.D. nessa turnê, e eles estavam tocando os mesmos shows. Eu pensei, eu vou levar minha filha lá porque ela não pode ir ao outro. E o Korn estava em um deles, então eu pensei, eu vou lá dar um oi pros caras. Eu não via o Munky havia sete anos, então eu só queria dizer oi pra ele. Então eu fui, falei com ele, ele estava tão otimista e enérgico, apenas feliz. Ele se casou recentemente, vai ter um filho. Então nós apenas conversamos, e eu e minha filha vimos o Chevelle, Staind, Evanescence – todas as bandas lá, e então quando o Korn ia subir ao palco, eu quis que ela tivesse um bom lugar pra assistir, então eu quis andar com a banda. E o Fieldy disse, “Você devia tocar as últimas três músicas conosco.” E eu disse, “Oh, eu não toco mais guitarras de sete cordas.” A afinação é diferente, e mais, eles fazem todas essas remixagens nas músicas ao vivo. Então eu disse, “Não, eu não posso fazer isso, cara.” Jonathan Davis encosta e diz, “Isso, cara, você deveria tocar com a gente.” Então o Fieldy diz, “Eu não deveria dizer nada, mas tem uma guitarra pronta pra você.” (risos) E eu disse, “Oh cara, ok, eu vou tocar” – Se o Munky estivesse Ok com isso. E ele se aproximou – “Você vai tocar com a gente?” Eu pensei, cara, isso é muito louco.
Então foi assim. Eu toquei um pouco com eles e eles espalharam a notícia. O Five Finger Death Punch anunciou que eu estava ali me divertindo com o Korn, então o público ficou sabendo. E alguns deles na parte da frente, algo como algumas centenas, estavam gritando, “Nós queremos o Head! Nós queremos o Head!” (risos) Foi muito legal.
LIVE METAL: Então você recebeu uma ótima, ótima reação?
BRIAN “HEAD” WELCH: Sim.
LIVE METAL: Já está sendo um furacão na Internet? Você já viu tudo o que saiu sobre isso?
BRIAN “HEAD” WELCH: Um pouquinho, sim. Amy Lee postou uma foto. Não foi louco, mas muitas pessoas estavam comentando.
LIVE METAL: Como foi estar lá novamente? Você sentiu uma reconexão com os caras?
BRIAN “HEAD” WELCH: Sim. Eu não sabia que as pessoas se importavam tanto com isso, você entende o que eu digo? Porque o Korn continuou bem sem mim, sem o David. Eles apenas prosseguiram. Mas eu achava que eram notícias velhas – desgastadas e tudo mais. Mas então, o que veio depois sabe, tantas pessoas em lágrimas e coisas do tipo. Eu acho que todos eles sabem que nós crescemos juntos, nós todos somos irmãos, nós todos fizemos isso – apenas vendo isto, mesmo que isso tenha sido por um dia, aquela conexão ou que está tudo bem entre nós. Havia alguma coisa estranha entre nós por um tempo. Foi tudo curado e todo mundo pode ver que agora está tudo bem. Então foi um bom dia. … Foi tão legal. Eu estou falando com todos eles. Como o Five Finger Death Punch, o vocalista, ele é apenas um amigo, e foi tão legal ver que todo mundo se importava tanto. Amy ficou muito contente. Eu não sei. Eu acho que você esquece o tamanho do impacto que nós tivemos em inúmeras bandas. E então essas bandas progridem e elas são tão impressionantes e vendem mais do que nós, mas eles ainda nos respeitam. É muito legal. É bom sentir isso.
LIVE METAL: Você vai estar tocando com o Korn novamente em breve?
BRIAN “HEAD” WELCH: Provavelmente.
LIVE METAL: Uma música, um show?
BRIAN “HEAD” WELCH: Eu não sei. Vamos deixar assim como está por enquanto. Nós estamos animados. Eu tenho certeza de que muitos vídeos surgirão porque várias pessoas filmaram – havia todo tipo de câmeras filmando. Mas aconteceu em um bom momento porque eu fui lá apenas pra me divertir e levar minha filha pra ver o Chevelle e o Evanescence, e falar com alguns velhos amigos. Mas acontece que nosso vídeo para a música “Chemicals” vai ser lançado amanhã. Está sendo lançado no Vevo, e provavelmente haverá algumas matérias da imprensa e eles vão falar sobre esse encontro com o Korn. Aconteceu repentinamente. É um bom momento. Vamos ver o que acontece, cara.
LIVE METAL: Certo, então você tem o recomeço com o Love and Death e está fazendo essa turnê com o P.O.D. e o Red – fale sobre a transição entre ser a banda principal com o Korn há tempos atrás, onde você tinha essas bandas talvez abrindo pra você e agora é o contrário com sua nova banda abrindo para eles. Como é isso pra você?
BRIAN “HEAD” WELCH: É humilhante, mas ao mesmo tempo, é uma viagem. Eu apenas estou tentando seguir a orientação divina em minha vida. Eu acredito em Cristo, e é dito que Cristo, ele era em todos os sentidos como Deus na Terra. Ele curou as pessoas, ele voltou dos mortos e todo esse tipo de coisa, mas ele veio do lugar onde Deus estava e nasceu como um bebê e se tornou um nada. Então eu olho para meus shows como se eu fosse grande, no topo, todos essas bandas abrindo pra mim, e então eu desço a essa nível e estou abrindo pra eles – não que eu fosse Deus ou algo do tipo, mas apenas um artista no topo e depois um nada. É apenas um pequeno, pequenino exemplo talvez. Eu me divirto com isso, e eu encaro isso como se fosse algo em comum que eu tenho com aquele cara legal sobre o qual eu leio a respeito todo o tempo. Então é muito legal. E assim, eu também gosto disso porque você não tem que fazer um show principal de uma hora de meia de duração, portanto eu posso apenas tocar algumas músicas e depois me divertir. Isso torna tudo mais divertido.
LIVE METAL: Os fãs foram apenas pra ver o Love and Death, sabendo de antemão que você fazia parte dessa banda e turnê, ou foi meio que uma surpresa quando eles viram Brian “Head” Welch do Korn subir ao palco?
BRIAN “HEAD” WELCH: Sim, alguns deles não sabem sobre toda essa mudança. Eu acredito que as pessoas estão tomando conhecimento conforme nós prosseguimos. Mas sim, provavelmente uma dúzia de pessoas em três shows comentavam, “Eu não sabia que vocês iam tocar,” porque eles não sabiam o que a Love and Death era. Eu espero que eles tenham ficado agradavelmente surpreendidos.(risos)
LIVE METAL: Agora que o “Chemicals” foi lançado, você está satisfeito com a reação obtida dos fãs?
BRIAN “HEAD” WELCH: Você pode sentir totalmente que é um passo à frente em relação ao meu primeiro álbum. Tem mais energia ao vivo. É melhor que o meu primeiro álbum solo assim como a reação ao vivo, porque tem mais energia, e o Devo e todas essas coisas – é muito legal.
LIVE METAL: Eu perguntei ao J.R. Bareis (guitarrista) a mesma questão: Sem querer te ofender, mas em meio a centenas e milhares de músicas, porque escolheram a “Whip It?” Ele meio que explicou como se fosse dado um significado diferente para as letras. Ou é somente algo divertido a se fazer?
BRIAN “HEAD” WELCH: Você quer dizer, algo como uma mensagem?
LIVE METAL: Foi o que ele disse. Rompendo com uma luta, foi o que ele me disse.
BRIAN “HEAD” WELCH: Sim. Nós estávamos apenas conversando sobre fazer um cover, e eu estava atormentado com aquilo, tipo, qual que nós poderíamos fazer? Eu queria fazer cover de uma música dos anos 80, e tinha que ser no estilo New Wave. E então eu olhei em todas aquelas listas. Eu vi a “Whip It” do Devo, e eu pensei, aqueles caras são assustadores, então ela seria legal. Mas eu não poderia fazer aquilo (cantarola a melodia). Então eu deixei de lado. Então eu tive outras idéias, mas elas não funcionaram. Um dia, quando eu estava no chuveiro, eu apenas ouvi (cantarola o riff da versão criada pelo Love and Death), e eu pensei, oh meu Deus, talvez nós possamos fazer isso, tipo, algo no estilo do Deftones. Então nós tentamos, nós fizemos, e foi assim que surgiu. Então quando eu estava lendo a letra, eu pensei, sabe o que? Mesmo que esses caras fossem estranhos e assustadores e como uma piada, as letras falavam sobre seguir em frente diante de algo que está em seu caminho. É sobre isso que ela fala, seguir em frente.
LIVE METAL: Esse recomeço para a banda te faz sentir da mesma forma como se você estivesse com o Korn no início da banda há tempos atrás, ou uma vez que você já esteve lá e fez aquilo antes, é totalmente diferente?
BRIAN “HEAD” WELCH: Sim, mas é mais difícil porque com o Korn aconteceu mais rápido. Eu estive fazendo isso desde 2009, e algumas vezes, é a mesma coisa que nós estávamos fazendo em 2009. Então há momentos em que eu penso, eu não sei por quanto tempo mais eu vou continuar fazendo isto – Eu falo sobre estar em turnê. Eu não estou falando sobre criar. Fazer turnês é muito difícil. Então algumas vezes eu me desanimo, algo como, eu realmente quero fazer isso? Eu deveria procurar fazer outra coisa com a música? Mas bem quando eu fico assim, algo animador acontece, como eu tocando com o Korn ontem. Bem quando eu fico realmente pra baixo, eu recebo estímulos pra continuar. Eu acho que estava previsto pra acontecer. Eu tenho certeza que eu tenho muitos anos ainda na música.
LIVE METAL: O que torna sair em turnê tão difícil agora? É a economia?
BRIAN “HEAD” WELCH: Eu acredito que sim. AS pessoas não estão aparecendo. O cenário do rock é difícil. Não há muitas rádios. As vendas dos álbuns são pop music e rap em sua maioria. Eu sou um pai solteiro. Eu estou tentando colocar minha filha pra fazer o seu dever escolar na estrada enquando eu estou fazendo esse trabalho. Você tem crianças?
LIVE METAL: Eu tenho uma filha, sim. Ela vai completar 11 anos em Maio.
BRIAN “HEAD” WELCH: Imagine ter que deixá-la ou levá-la consigo pra estrada e fazer tudo de uma vez só.
LIVE METAL: Seria um bom momento, mas sim, seria muito trabalhoso.
BRIAN “HEAD” WELCH: Sim, totalmente. Você fica mentalmente e emocionalmente desgastado. É isso.
LIVE METAL: Você está envolvido com o “The Whosoevers”, com o Sonny (Sandoval), claro, do P.O.D., Lacey (Sturm) do Flyleaf, algumas outras pessoas. Para aqueles que não sabem, apenas diga-nos o que essa organização é.
BRIAN “HEAD” WELCH: É um movimento, e são todos esses músicos e esportistas, e nós estamos tentando nos juntar e fazer algo juntos para ajudar as crianças que estão nas ruas ou apenas envolvidas com as porcarias que nós estávamos, mostrar que há um caminho melhor. Então nós estamos apenas tentando espalhar o que nós temos – amor e aceitação. Vem um, vêm todos. Obviamente, Cristo fez muito em nossas vidas. Nós apenas amamos as crianças, realizamos eventos gratuitos pra eles.
LIVE METAL: São todos sem fins lucrativos, eventos gratuitos.
BRIAN “HEAD” WELCH: Nós vendemos mercadorias e produtos, então isso ajuda. Algumas doações. É sobre as coisas certas. Nós não estamos nisto para nada além de querer ajudar essas crianças, e as pessoas embarcam nisso. Algumas vezes, é difícil. Tudo depende da fé, porque quando nós não estamos fazendo nada, nós nos desanimamos, e então repentinamente, algum patrocinador vai cair dos céus e dizer, “Hey, eu quero participar. Aqui está um trailer para sair em turnê.” É louco.
LIVE METAL: Eles te procuraram?
BRIAN “HEAD” WELCH: Sonny e Ryan vieram atrás de mim, sim – Ryan Ries, ele é um dos porta-vozes. Eles estavam falando sobre fazer um show, e eu pensei, isso seria legal. E era uma arena, e eu pensei, eu não sei quanto a isso porque eu comecei a cantar tem pouco tempo. Eu não quero cantar em uma arena ainda, eu não estou pronto. Sonny disse então, “Não se preocupe quanto a isso, cara. Você já esteve lá, já fez isso. Apenas faça.” Ele faz isso soar como algo comum, então eu pensei, “Tudo bem.” E assim foi.
LIVE METAL: Então você ainda não está completamente confortável cantando?
BRIAN “HEAD” WELCH: Eu estou melhor, mas é uma luta.
LIVE METAL: Tem um filme do “The Whosoevers” que está pra ser lançado, “365”?
BRIAN “HEAD” WELCH: Sim, são os primeiros estágios do nascimento do movimento “The Whosover”. Vai ser realmente fantástico. Temos encontrado resistência quanto a isso, problemas com os direitos autorais das músicas e coisas do tipo. Eu acredito que quando você encontra resistência contra algo que está fazendo, é porque isso vai causar um bom impacto. Nós veremos o que vai acontecer. Nós estamos animados.
LIVE METAL: Desde a sua conversão e quando você se tornou limpo e sóbrio, você experimentou alguma real tentação ou esteve por um triz?
BRIAN “HEAD” WELCH: Não, cara, eu não luto mais com isso porque, para mim, tudo que eu sempre quis, eu tenho agora, até mesmo no meu interior. Eu ainda tenho raiva, eu ainda tenho problemas, emoções e coisas do tipo. Mas eu estou tão contente com minha vida. Cristo veio e me preencheu, eu não preciso mais daquela coisa, mesmo nos dias ruins. Eu apenas não luto mais com isso. Eu sei que muitas pessoas lutam. Talvez seja porque eu usei tanto quando eu estava no Korn que isso revira totalmente meu estômago agora. Até uma cerveja – Uma cerveja vai se transformar em 30. Mas eu me diverti muito na noite passada. Eu me divirto o tempo todo. As pessoas estavam bebendo tequila, cerveja. Está tudo bem. Eu sou o mesmo cara, eu apenas não bebo. Mas é estranho porque eu me lembro de estar bebendo nas festas e vendo um cara sóbrio e estando como um, é meio estranho. Agora eu sou aquele cara. Está tudo ok.
LIVE METAL: Se algumas pessoas quisessem tomar você como influência e seguir o seu caminho, qual seria a primeira coisa que eles deveriam fazer?
BRIAN “HEAD” WELCH: O que eu fiz, eu terminei em uma igreja e eu ouvi a mensagem. Quando você ouve uma mensagem sobre a vida, isso chama por uma reação e uma resposta. Então o que eu fiz, eu respondi. O que eles realmente me ensiram foi que você vai até Deus como um amigo. Foi basicamente o que eu fiz. Eu fui pra casa e comecei a falar – “Jesus, ele disse que você é real. Ele disse que você é Deus e você ajuda as pessoas agora. E eu preciso de ajuda.” Então eu desenvolvi esse relacionamento de amor com Deus. Aconteceu lentamente, mas foi estranho para mim porque você fecha seus olhos e começa a falar com esse Deus que é invisível, e tantas pessoas acham que não existe nenhum Deus, algumas pessoas acreditam que existe um Deus nessa religião, outro naquela outra religião. Mas é isso tudo, cara. Eu diria para buscar conhecer melhor o Cristo, eu diria para procurar uma boa igreja. Se você não encontrar uma boa igreja na primeira vez, continue procurando porque existem algumas pessoas estúpidas por aí. E comece a ler a bíblia e orar. É basicamente isso. É muito simples.
Fonte: Gospel+
Com informações de Guitar Player e Korn Brasil