Paul Baloche é um conceituado músico americano e compositor de várias canções que são cantadas em todo o mundo como “Open the Eyes of My Heart” (Abra os olhos do meu coração” e em entrevista a uma empresa de tecnologia especializada em música ele conta suas experiências e como aliar a tecnologia a ministração de louvor. Confira abaixo:
Você tem mais de 20 anos de experiência como líder de adoração. Que lugar você acha que a tecnologia deve ter em adoração – no desempenho e serviço musical?
Paul Baloche: Toda a tecnologia serve como ajuda para criar um ambiente que torna mais fácil as pessoas a se conectarem a Deus. Tecnologia, quando bem feita, pode realmente melhorar a experiência. É quase o mesmo que composição, é uma linha tênue; quando você está escrevendo uma canção de adoração, você deseja que a congregação cante a música de forma natural e orgânica, como se fosse uma oração cantada para Deus. Mas, se você ultrapassa a linha onde a música é desenhada apenas para chamar toda a atenção para si mesmo, então não é, necessariamente, realizar o objetivo de ajudar as pessoas a se aproximarem de Deus.
Nos Evangelhos, Jesus diz: “O sábado foi feito para o homem, não o homem para o sábado.” Eu estava pensando sobre isso em termos de tecnologia. Queremos envolver o nosso público, queremos fazê-los participar, cantar e não apenas observar. Queremos que nossas congregações participem e não fiquem no lugar onde eles estão vindo à igreja apenas para assistir aos “profissionais” no palco fazendo “seu lance”. Então, quando se trata de projetar imagens ou letras e mixar o som, a tecnologia tem o potencial de ser uma poderosa ajuda na criação deste ambiente visual e auditivo que pode ajudar as pessoas a se conectarem a Deus – com os seus sentidos. A iluminação pode também criar uma atmosfera que ajuda as pessoas a se aquietar e baixar a guarda, ir além dos aborrecimentos da vida, e concentrar os seus corações e mentes em Deus.
Como é que o progresso da tecnologia afetou o seu desempenho?
PB: Por anos, eu era um “cara retorno” usando no palco alto-falantes de retorno. Eu acho que as caixas de retorno ainda podem funcionar bem. Mas como vocalista, quando você está no palco e a multidão cantando alto, de fato é reconfortante ter um bom sistema de monitoramento “in-ear” (retorno de ouvido). Eles me permitem relaxar mais, e não ter que lutar no palco durante a jornada porque eu não posso ouvir o grupo, e eu sou um pouco inseguro com isso. Esse retorno me dá mais segurança. Isso tem me ajudado a desenvolver melhor o trabalho de tentar levar as pessoas em oração, em um momento mais eficaz de adoração.
Quais são os desafios técnicos que você e outros líderes de louvor enfrentam atualmente?
PB: Muitos grupos de louvor não estão cientes de como é importante ter um bom retorno antes de ministrar o louvor e a adoração. Lembrando que os cantores e músicos precisam ter um tempo para certificar que seus monitores estão devidamente marcados, isso pode realmente afetar todo o serviço. Os cantores precisam ser capazes de ouvir o chimbal e a caixa. O baixista precisa ser capaz de ouvir o bumbo, a caixa, e o chimbal. O chimbal é muito importante para essa subdivisão, e fecha todos nele. Muitas vezes, vou examinar meu retorno de cantor, e percebo que ele ou ela não pode ouvir a bateria. E digo, “Cara, você precisa da bateria!”
Se você estiver usando um sistema de retorno “in-ear”, é importante que os líderes de louvor se certifiquem de que há um microfone em algum lugar da congregação, pegando o som do ambiente para que você possa sintonizar um pouco disso no seu retorno “in-ear”, porque o retorno “in-ear” tem a tendência de realmente isolar o que você pode ouvir. Por um lado é lindo, pois você pode se ouvir muito bem, mas você perde o aspecto de liderança ou o sentido de comunidade se você não puder ouvir a congregação cantar ou responder.
Seu principal instrumento é o violão. O violão pode se tornar o instrumento de louvor e adoração contemporâneo?
PB: Eu diria que a música de louvor e adoração tende a seguir, em termos de estilo; algumas das tendências de nossa cultura. E eu estou falando estilo aqui, não conteúdo. O violão sempre foi um fator muito forte na música pop, e eu diria que ele sempre vai ter um lugar forte no louvor e adoração. Mas eu também diria que os teclados eletrônicos, ao longo dos anos, tornou fácil o transporte para as pessoas que ministram com o piano, não precisam mais de um carrinho em torno de um instrumento pesado e volumoso. O violão sempre terá um lugar de destaque no louvor, mas a guitarra se aproximou rapidamente. Não é incomum ver gente tocando com uma “Strat” ou uma “Tele” atualmente.
Muitas igrejas e grupos de louvor começaram a incorporar loops e faixas de apoio em apresentações. Qual a sua opinião?
PB: Em minha banda incorporamos loops, ou stems – um loop de bateria, um pad de teclado. Acho que os loops não inibem necessariamente sua flexibilidade ou espontaneidade, você pode fazer a canção, e depois que a música acaba você pode sempre estender o final ou iniciar outro refrão. A chave é discernir o momento. Na adoração, o que realmente importa para o líder de louvor ou os membros da equipe é discernir o que está acontecendo para melhor atender à situação. E então, se você sente que os loops, as imagens e as luzes vão servi-lo bem, então use todos esses meios. Mas pode haver algumas situações em que menos é mais. A chave para a tecnologia é não se tornar excessivamente dependente dela. É deixar que a tecnologia te sirva como ferramenta, como mais uma opção em seu kit.
Algum conselho para os líderes de louvor mais novos ou líderes que querem avançar em seus programas?
PB: Eu diria, vá devagar. Não sinta como se você tivesse que sair e comprar tudo isso da noite para o dia. Adicione as coisas de forma a incrementar. À medida que você adicionar, você precisa aprender a usar. Existem muitas conferências boas e disponíveis lá fora. Talvez haja uma igreja em sua área com um orçamento maior e um programa bem desenvolvido. Marque uma consulta com o pastor de louvor e adoração dessa igreja. Diga: “Eu sou da Igreja “tal “, e é claro que vocês têm uma tecnologia muito boa, estamos tentando crescer nessa área. Podemos entrar e sentar para assistir um de seus ensaios e ver o seu técnico de som fazer alguma coisa?” Você precisa encontrar alguém que está a alguns passos à frente de você e simplesmente humilhar e perguntar se você pode recolher umas migalhas a partir deles.
Você já trabalhou com Sweetwater por algum tempo. Por que esse longo relacionamento?
PB: Fiquei emocionado com a oportunidade de fazer esta entrevista porque eu me lembro quando a Sweetwater esta apenas começando e eles tinham esse catálogo pequenino e um dos primeiros websites. Tem sido incrível ver a Sweetwater crescer ao longo dos anos. Eu comprei muitos equipamentos com eles. É uma história de muito sucesso, e eu acho que tem muito a ver com a atitude a respeito de servir – sobre a educação, capacitação e incentivo. Toda a vibração da Sweetwater, para mim, é sobre o serviço. Eles fazem apenas isso – servir e responder às perguntas – e eles não querem apenas fazer um dinheiro rápido. Eu acho que a Sweetwater ganhou a confiança da comunidade de música porque trata o seu negócio quase como um ministério.
Muito obrigado por falar conosco, Paul. Algum pensamento para encerrar?
PB: Desde o pessoal das vendas, que vendem o equipamento para os caras de tecnologia que usam esse equipamento até o líder de louvor e sua equipe, todos nós devemos nos perguntar: “Existe alguma coisa que podemos fazer para melhor servir às pessoas que Deus nos chamou para servir?” Isso é um valor fundamental que atravessa todos os papéis. Acho que tudo passa pela linha de priorizarmos o que devemos fazer para servir da melhor maneira possível.
Série de Paul
Eu uso um violão McPherson com um captador LR Baggs. Eu uso cordas e um incrível cabo Elixir. que entra em um turner BOSS TU-3, e depois sai em um LR Baggs para DI acústico. Eu também usei um JDI Radial. Saindo do DI, eu entro em uma mesa de mixagem.
Coisas de guitarra elétrica: Eu usei uma Telecaster em um Tube Screamer em um AC30 Vox ou Fender blues ampères Júnior para apresentações menores – que é ótima para salas pequenas.
Ao vivo – microfones vocais, eu amo o SM58. É incrível ouvir todos os microfones grandes que saíram, e eu estou disposto a usá-los aqui e ali – mas ao vivo – que tendem a cair de volta na 58 muitas vezes.
No estúdio, fiz um upgrade para o Pro Tools 8. Eu uso ele mais para demos em casa. Mas quando é hora de cortar faixas graves no estúdio, é normalmente no sistema Pro Tools HD. Eu gosto da RODE NTK microfone para os vocais, e eu executo através de um pré-amplificador Avalon. Usamos conversores Apogee.
Por Mark Hutchins | Sweetwater – Catálogo de 2010 – www.sweetwater.com
Fonte: www.leadworship.com / Portal Adorando