A família Ortega (Pr, Gerson, Rafael, Pedro e Matheus) está envolvida diretamente com a Igreja em Haiti após o terremoto que devastou o país no ano de 2010. Após visitar o país no pós-desastre, a família entendeu que deveria estar servido e levando o Reino de Deus naquele lugar; desde então já realizaram vários projetos. Leia a seguir o relato de Matheus sobre a última viagem ao Haiti:
Acabei de voltar de uma viagem inesquecível ao Haiti.
Quantas lições aprendidas e experiências vividas. Mal sei por onde começar. Sei que vi um povo em sofrimento, vivendo em pobreza, em extrema necessidade. E sei que meu coração queima pra fazer algo pra mudar esse mundo.
Minha idéia foi usar a música, minha paixão, para trazer desenvolvimento para comunidades haitianas. Então formulei uma Escola de Música no Haiti, consegui o financiamento e comecei um projeto de trazer esperança para muitos que não tem nada.
Levamos 5 violões, 2 teclados, 1 baixo, 1 guitarra, 5 microfones, 2 bongos, 40 flautas doces, pedestais e métodos básicos de aulas de música. A escola foi muito bem-sucedida, com a entrega de mais de 60 diplomas e uma semente de dignidade sendo plantada neste povo tão sofrido.
No dia 12 de Janeiro, um ano após o terremoto, fui ministrar a musica Revolução do Amor (em crioulo) na frente de uns 4,000 haitianos sedentos por Deus. Tocamos também no batalhão brasileiro na ONU, aonde muitos soldados se converteram a Deus. Estas experiências marcaram minha vida. Uma das maiores recompensas foi quando o pastor da igreja me levou para o local da igreja reconstruída e me disse emocionado, “isso aqui é o resultado da revolução do amor que você cantou.”
Minha alegria em ver este sonho se tornando real é imensa. Sinto-me realizado de viver coisas incríveis nestes dias, que estão sendo tão intensamente vividos. É muito prazeroso ser usado por Deus para trazer transformação na vida de muitos em todo o mundo.
Mas o maior transformado da história sempre sou eu.
Nosso tradutor pegou malária e quase morreu. Ele melhorou depois de um dia, mas eu fiquei pensando em algo lá no fundo do meu ser:
“E se fosse eu?”
Falar de música e missões é inspirador. Mas e falar de malária?
Banho de caneca, calor insuportável, picada de vespa, repelente de perfume, dormir em uma barraca apertada, almoçar carne de bode. Eu poderia contar tudo isso como uma linda aventura de um jovem que quer mudar o mundo. Mas a realidade é cruel. Eles vivem isso todos os dias.
Nessa viagem para o Haiti, uma lição marcante que eu aprendi foi que a música sem missão é ruído e missão sem malária é turismo. Aquele que quer servir a Cristo deve tomar sua cruz para segui-lo. O preço é alto.
O glamour do cristianismo capitalista que vemos por todo o lado se desfaz diante da renúncia dos servos de Deus. Não é nem um pouco charmoso morrer nu em uma cruz no lugar de outros que mereciam isso.
Então voltei com algo em minha mente, que espero que guie meus passos por onde eu for, quer seja na riqueza ou na pobreza:
A vida sem amor é como um sino que tine, anos de vaidade sem sentido.
O que vale é amar, se doar por amor, porque Deus é amor.Por isso sempre viva este amor, seja qual for o preço a pagar.
Assista abaixo o clipe e o making of de “Revolução do Amor” gravado no Haiti
Fonte: Portal Adorando