A cantora Amanda Florence foi indicada na categoria “Revelação” do Troféu Promessas, com o álbum “Descansa”. Filha do pastor, cantor e compositor Armando Filho, um dos maiores nomes da música evangélica nacional e autor de uma das músicas mais conhecidas dos anos 90, “Mover do Espírito”, mais conhecida popularmente como “Você tem valor”.
Amanda, que começou sua carreira musical aos 13 anos, com uma participação em um CD de seu pai, falou ao site do festival sobre sua carreira, da indicação ao prêmio e da influência de seu pai em sua veia artística.
Ela conta que integrou o ministério de louvor da sua Igreja, Presbiteriana de Candeias (PE), da qual é membro até hoje, aos 14 anos e explica que sua formação musical veio do convívio com seu pai, e que ela se aprimorou em aulas particulares de canto e por meio de um curso de extensão oferecido pela UFPE.
Sobre sua indicação ao prêmio, a cantora se disse surpresa, e ressaltou também que o festival tem uma grande importância para a música gospel nacional.
– A princípio, quando me contaram, pensei que estaria na categoria de cantores independentes, mas quando me vi na categoria “Revelação”, concorrendo com artistas que conheço e admiro, senti-me honrada. Foi um presente de Deus – revelou a cantora, que falou também do processo de produção do disco que a levou a ser indicada ao prêmio, e de outros detalhes de sua carreira
Leia na íntegra a entrevista, feita pelo Troféu Promessas:
Como você define a sua indicação ao Troféu Promessas?
Fiquei imensamente feliz com a notícia da indicação ao Troféu Promessas, foi realmente uma surpresa! Dedicamo-nos ao máximo na produção do CD “Descansa” e agradeço a Deus porque vejo Sua mão em tudo isso. A princípio, quando me contaram, pensei que estaria na categoria de cantores independentes, mas quando me vi na categoria “Revelação”, concorrendo com artistas que conheço e admiro, senti-me honrada. Foi um presente de Deus.
Qual o significado de uma premiação como esta para a música evangélica nacional?
A música evangélica no Brasil tem crescido bastante e alcançou uma qualidade tal que se tornou referência até para não cristãos. Uma premiação desse nível surge como um reconhecimento para aqueles que têm se empenhado na produção da música gospel de qualidade, sejam cantores, instrumentistas, gravadoras, produtores, todos são honrados. A música evangélica nacional carecia de uma premiação imparcial que contasse com a participação do público. E o Troféu Promessas veio suprir essa necessidade.
Falando um pouco da sua carreira, em 2006, você lançou seu primeiro álbum “Nova Identidade”. Mas não há dúvida de que o mais recente trabalho, “Descansa”, lançado no segundo semestre de 2011, a projetou para o cenário da música gospel nacional. Prova disso foi a indicação na categoria “Revelação”. Valeu à pena descansar e esperar em Deus o tempo certo para as coisas acontecerem?
Tem valido muito à pena esperar no Senhor! Desde muito cedo Ele ministrou ao meu coração o chamado que tinha para mim, mas tudo tem o tempo e a forma certa de acontecer. Quando lancei o primeiro CD, “Nova Identidade”, ainda era adolescente, estava entrando na faculdade e não pude me dedicar como gostaria ao ministério. Senti que aquele era o momento de buscar mais a presença de Deus, conhecê-lo melhor e amadurecer um pouco mais para o que Ele tinha para mim no futuro. Foram longos cinco anos até que tivesse a confirmação de que o tempo havia chegado. Nesse período, muitas coisas aconteceram que fortaleceram a minha fé e me fizeram depender totalmente de Deus. Em 2011, lançamos “Descansa” e tenho visto o Senhor fazer coisas lindas por meio desse trabalho, a indicação ao Troféu Promessas foi uma delas.
Da escolha do repertório à gravação, conte-nos como foi o processo de produção do álbum “Descansa”.
Nos anos de “espera” até a gravação do próximo CD, eu continuei compondo. Minhas músicas nasciam de cada experiência que vivenciava, momentos com Deus. Então quando tive a certeza do momento certo de gravação do CD, já possuía composições e precisava escolher algumas para o repertório. Coloquei diante de Deus, ouvi a opinião da minha família e do produtor Elivelton Horst e, finalmente, selecionamos as canções, incluindo composições também do meu pai e do meu irmão. Como eu moro em Recife e o produtor no Rio de Janeiro, discutimos as ideias por e-mail e por telefone. Todo o processo de pré-produção e parte da produção foi feito à distância. Viajei para o Rio apenas para a gravação da voz. Elivelton conseguiu captar a essência daquilo que havia imaginado para as canções e foi muito inspirado por Deus na produção dos arranjos.
A canção que intitula o CD foi composta em um momento muito delicado de sua vida. Quando sua mãe foi diagnosticada com câncer no final de 2009. Como compositora, qual foi o maior aprendizado ao vivenciar o tempo da dor e da incerteza?
Esse período foi o mais difícil da minha vida. Fui a primeira pessoa a ler o resultado da biópsia e transmiti-lo à família, o que não foi fácil. Mas, durante todo o tempo do tratamento da minha mãe, vimos o cuidado do Senhor conosco e aprendemos a depender totalmente Dele. Todos os dias o Senhor falava conosco por meio da Bíblia e nossa fé era fortalecida. Uma das palavras que Deus nos trouxe se encontra em Êxodo 14.14: “Pois o Senhor pelejará por vós e vós vos calareis.” Ao meditar nessa palavra, surgiu a música “Descansa” que compus para minha mãe. Nos momentos mais angustiantes, ela pedia que eu cantasse e se acalmava. Hoje minha mãe está curada e “Descansa” tem sido instrumento de Deus na vida de muita gente. Sempre recebo testemunhos a respeito dessa música.
Em janeiro deste ano, você ganhou um concurso para cantores independentes de todo o Brasil realizado pelo site Gospel no Divã. O prêmio foi a gravação de um videoclipe produzido por PC Junior, um dos maiores diretores e roteiristas do meio gospel. Fale dos bastidores da gravação e como foi realizar pela primeira vez um trabalho desse nível.
O ano de 2012 tem sido de surpresas para mim. E a primeira delas foi a vitória nesse concurso. O resultado veio numa semana difícil e chorei muito ao recebê-lo. Deus sabe o que significou para mim e eu sabia que mais uma vez Ele estava confirmando Sua vontade em minha vida. Gravar um clipe era um desejo desde que lancei o CD, mas ainda não tinha tido condições de concretizá-lo. Deus fez além do que eu imaginava presenteando-me com uma equipe de produção maravilhosa sob a liderança do PC Junior, que já conhecia pela excelência de seus vídeos. Mais uma vez ele fez um trabalho incrível! Além do clipe, ganhei uma sessão de fotos dos bastidores das gravações pela empresa Imagem Carioca e recebi todo o suporte da equipe do Gospel no Divã nos dois dias de gravações.
Nos anos 90, o seu pai, gravou aquela que seria uma das músicas mais cantadas até hoje nas igrejas, chamada “Mover do Espírito”. Canção esta que está no álbum “Descansa”. Como foi regravar e interpretar esse grande sucesso do seu pai?
Foi uma honra muito grande e ao mesmo tempo uma responsabilidade. Sei o quanto essa música é impactante. Temos testemunhos fantásticos do que Deus já fez por meio dela livrando pessoas, inclusive, do suicídio. Senti que precisava inclui-la no repertório e graças a Deus é a música do meu CD que mais tem acessos no Youtube. Constantemente vejo pessoas compartilhando essa versão nas redes sociais e fico feliz porque a mensagem está sendo divulgada ainda mais.
Seu pai faz uma participação especial na música “Sobre as Ondas”, cuja autoria da letra também é dele. Você também canta no CD outro grande sucesso do seu pai, “Nenhuma Condenação”. Musicalmente falando, qual o maior legado que o seu pai tem deixado para você?
Conviver com meu pai é uma grande escola para mim. Ele veio de uma família humilde e lançou seus primeiros LPs numa época em que era muito difícil gravar um álbum, mas sabia do seu chamado e não desistiu. Depois de alguns anos, suas músicas se tornaram conhecidas em todo o país e fora dele, impactando muitas vidas. Nosso sustento sempre veio de seu ministério e eu o admiro muito isso. Desde a infância acompanhava-o nos eventos e me vi parte disso também. Em pouco tempo já estava cantando com ele, fazendo solos, cantando nas igrejas etc. Meu pai se tornou um exemplo para mim como cantor, compositor e também por sua postura de simplicidade. Sempre prestei muita atenção nas letras de suas canções e elas são um referencial para mim. Pedia a Deus que me desse esse dom para compor e que as músicas tivessem letras coerentes e que pudessem transmitir uma mensagem especial. Sinto-me privilegiada por ser sua filha.
Deixe uma mensagem final a todos os nossos leitores.
Tenho aprendido dia a dia que não há nada melhor do que estar onde Deus quer que estejamos, e ver cumprida sua perfeita vontade em nossas vidas. Esse é o verdadeiro sucesso e é isso que precisamos buscar. Que Deus abençoe muito a vida de vocês e tenham a certeza de que Ele tem um plano específico para cada um que suas promessas se cumprirão no tempo apropriado. Não deixem de buscá-Lo e adorá-Lo, mesmo quando tudo parecer tão distante, o tempo é Dele e quando chega ficamos como quem sonha. A Ele a glória!
Redação Gospel+