“Cabelo Solto” é o título do primeiro CD de Marcela Taís. O título diferente não é a única parte do trabalho que se mostra novo, afinal, o estilo que reúne vários outros estilos, é agradável e novo no mercado gospel.
Marcela transmite através da música, a paz que prega. Em entrevista ao Supergospel, ela afirmou que a coragem de inovar vem da educação que recebeu. “Eu sempre senti que deveria fazer alguma diferença, até mesmo porque tive mais uma chance após nascer com disritmia cerebral e ser curada. Meus pais me incentivaram desde cedo ser forte, corajosa e descobrir minha identidade em Deus, não que eu nunca tenha medo ou inseguranças, mas, realmente sinto que com Deus ao meu lado dará certo, mesmo dando errado, tenho fé porque toda minha vida já é um milagre”, conta Marcela.
Sobre o CD Cabelo Solto, Marcela conta que o processo de composição foi surpreendente: “Fazíamos as músicas assim: Passávamos dias falando algo sobre a vida, lições, experiências, lembranças, anseios… E pronto, virava música, simples assim, fazíamos de propósito isso, porque era assim que dava certo, pois nos deixava sensíveis para descobrir como a música estava pedindo para ser, desde a melodia, ao estilo e letra”.
Dentro desse estilo espontâneo, Marcela conta que a escolha do repertório se baseou nas necessidades da alma: “Quanto ao repertório, só sabia que as músicas deveriam despertar alegria, esperança e leveza na alma das pessoas, sem religiosidade, mas descomplicar. Quanto ao estilo, sempre curti muito folk, blues, reggae e pop. Ao misturar tudo isso, o projeto foi se auto definindo, pedindo timbres, arranjos, sons e interpretações na voz que eu ia descobrindo e pedindo para fazer, este é o nosso estilo, novo”.
Assista ao clipe da faixa título do CD, “Cabelo Solto”:
Confira abaixo a íntegra da entrevista:
Quem é Marcela Taís?
Eu sempre senti que deveria fazer alguma diferença, até mesmo porque tive mais uma chance após nascer com disritmia cerebral e ser curada. Meus pais me incentivaram desde cedo ser forte, corajosa e descobrir minha identidade em Deus, não que eu nunca tenha medo ou inseguranças, mas, realmente sinto que com Deus ao meu lado dará certo, mesmo dando errado, tenho fé porque toda minha vida já é um milagre.
Sigo um conselho da minha mãe até hoje: “Desde que não seja pecado, faça tudo que quiser” Isso ao invés de me limitar, me deu uma lista enorme de coisas a fazer. Por exemplo, eu gosto de adrenalina, já saltei de pontes, fiz hipismo para saltar com cavalo, e quero saltar de paraquedas, gosto da sensação de liberdade! É como a sensação de lançar a alma em direção ao céu, por isso, amo cantar, a melhor das sensações.
Como todo mundo, não acerto sempre, porém, tento sempre. Sonho vários sonhos, sei que nem todos irão acontecer, mas não será por falta de sonhos, por isso, já sonho sobrando. Sou isso, teimosa, sonhadora, e tento manter o máximo possível minha alma livre.
Poderia nos contar como foi o início do seu envolvimento com a música?
Quando criança, cantava pela casa, na Igreja, pedia discos pro meu pai de presente e há até algumas fitas VHS bem engraçadas com estes momentos. Numa delas estou cantando e dançando abraçada com minha cachorra, uma doberman, eu dizia que o focinho dela era meu microfone…
Fiz algumas músicas na adolescência, gravava em fita k7, mas era algo do tipo mega secreto. Comecei há uns 4 anos atrás descobrir o quanto a música estava em mim e o quanto eu era dela. Um dia conheci o produtor Pingo no meu trabalho e por curiosidade, pedi à ele que regravasse uma música que eu havia feito com alguns amigos “brincando” mas que havia me deixado intrigada. Ele a regravou e ficamos surpresos, era muito boa, se tornou minha primeira música e chama-se “Não tenho dom”, está presente no CD. Daí pra frente, não paramos mais, sempre queríamos fazer a próxima…
O que mais marcou você durante a gravação do seu primeiro álbum – Cabelo Solto?
A vida própria das músicas! O processo de criação das músicas nos envolveu diretamente e pessoalmente. Fazíamos as músicas assim: Passávamos dias falando algo sobre a vida, lições, experiências, lembranças, anseios… E pronto, virava música, simples assim, fazíamos de propósito isso, porque era assim que dava certo, pois nos deixava sensíveis para descobrir como a música estava pedindo para ser, desde a melodia, ao estilo e letra.
Depois, íamos pro estúdio com a única regra de fazer música que nós gostaríamos de ouvir, tentando fazer com que a música além de ser boa aos ouvidos, aguçasse também os sentidos e os sentimentos. Foi por esta razão, que além do Pingo ter sido o produtor, as músicas nos tornou também amigos, esta é outra surpresa delas, elas unem as pessoas. Ao ouvi-las, as pessoas dizem: “Mas isso fala sobre mim!” ou “É o que eu gostaria de falar”. O CD Cabelo solto expressa leveza, e as músicas são assimiladas facilmente, pois o segredo é este: As músicas foram realmente vividas e cantam a vida que Deus quer que vivemos.
Como foi o processo de escolha do repertório deste CD? Qual o estilo e sonoridade de “Cabelo solto”?
Quanto ao repertório, só sabia que as músicas deveriam despertar alegria, esperança e leveza na alma das pessoas, sem religiosidade, mas descomplicar. Quanto ao estilo, sempre curti muito folk, blues, reggae e pop. Ao misturar tudo isso, o projeto foi se auto definindo, pedindo timbres, arranjos, sons e interpretações na voz que eu ia descobrindo e pedindo para fazer, este é o nosso estilo, novo. Como o Pingo toca praticamente tudo, um completo autodidata, fez questão de fazer os instrumentos pessoalmente, até mesmo porque era difícil explicar o que pensávamos.
Convidamos um baterista bom em Jazz para as música “Isso se chama Milagre” e “És o meu Dono” o Thiago F Lima, e em “Menina não vá desanimar” e “Ainda há tempo” chamamos Dudu da Banda Supernovavida, pois eram mais pesadas. Percussão em “Cabelo Solto” e “Declaro Paz” foram feitas pelo Quesada e ainda violino por Eli Jr e arranjo gaita por Alan Leal. Na voz, há participação especial do “Lex” daqui de Brasília, com sua rima e estilo único em “Declaro paz” e nas outras músicas canto com o Pingo.
Antes mesmo de lançar o CD, você trabalhou a divulgação do clipe da faixa título. O vídeo foi muito acessado e elogiado, tanto pela qualidade da produção, quanto pela qualidade da música. Além de que, aos poucos você foi disponibilizando algumas faixas no myspace, gerando uma expectativa pela audição do projeto. Como esta sendo a repercussão do anúncio do lançamento do disco?
Graças a Deus, a repercussão está muito boa, a galera de Brasília está na expectativa há um tempo, com certeza, tudo isso colaborou diretamente. Como o clipe foi bem acessado e compartilhado nas redes sociais, o trabalho também ficou conhecido em outros Estados, algumas rádios entraram em contato e começaram tocar nossas músicas, há rádios que na mesma semana já entraram no Top 10.
Exemplo disso foi que lançamos primeiramente em São Luis-MA, convidados pela maior rádio cristã do estado, e no show, ficamos surpresos, a galera cantou em coral quase metade das músicas, com poucos dias que havíamos enviado o CD completo para a rádio, isso aconteceu porque elas já acompanhavam desde o início pelo Myspace.
O lançamento oficial será em Brasília na Bola de Neve Church. O que podemos esperar para este dia? Como estão os preparativos?
Desde a iluminação, a ordem do repertório, os músicos… Tudo está sendo trabalhado de forma a inspirar todos. Será sem dúvida, um dia especial, não apenas pelo que representa pessoalmente para mim e para os que sonharam comigo, mas principalmente para quem for, porque além de conferir em primeira mão todas as músicas do CD “Cabelo Solto” participará de uma noite cheia de sentimentos e emoções únicas. Não é atoa que o mote da propaganda para este lançamento é: “Perder este show? Não mesmo!”
Como disse anteriormente, seu vídeo foi e é um sucesso. Como você enxerga essa ferramenta dentro do seu ministério?
Para quem cria algo é mais que necessário um ambiente que ajude expor sua arte ou criação. Além de ser prático, é acessível cada vez mais. Vídeo e youtube são uma ótima combinação, pretendo usar muito.
Hoje em dia, a ferramenta mais acessível economicamente, sem dúvida alguma, é a internet e o primeiro passo é contratar um profissional de web para cuidar de todo o seu projeto digital. Como vocês esta tratando a sua Identidade Visual?
A internet hoje em dia faz o que o “boca a boca” fazia antes, só que numa escala muito maior, ou seja, importantíssima, porém perigosa para quem não souber usá-la. Acho extremamente válido colocar alguém para cuidar disso para você, tanto se você ainda não sabe usar como também pelo tempo que vai ficando cada vez mais apertado devido agenda.
No meu caso, enquanto ainda consigo conciliar, estou administrando pessoalmente minhas redes sociais, com certeza, nem sempre é fácil, futuramente terei alguém para me auxiliar, mas ainda assim, não quero abrir mão totalmente do contato pessoal e direto. Afinal, fazemos música para pessoas, temos que estar com elas.
Quais as principais dificuldades pra quem grava independente? Você almeja uma parceria com alguma gravadora?
Ser independente é uma aventura árdua, você precisa descobrir o caminho das pedras sozinho, como gravar, distribuir, divulgar… Doeu, mas sobrevivi ao pior. Estou em fase de distribuição atualmente, difícil também, fico desesperada em não poder atender tantos pedidos de outros estados, mas, nada se compara à fase de amadurecer o projeto, depois que isso já aconteceu e seu trabalho fala por si, aí as portas se abrem mais facilmente.
Recebi propostas, estou aberta para isso, mas, antes de tudo, conhecer e ter calma, respeitar as etapas também é essencial, são justamente estes degraus que fortalecem a base e formam uma trajetória correta na música. Concordo com o que o produtor Ruben di Sousa me disse certa vez: “Não faça música apenas para viver, viva para a música que dá certo”. As coisas acontecem naturalmente, fruto de trabalho bem feito.
Quais seus objetivos para o ano de 2012?
Fazer o máximo possível de ouvidos ouvirem minhas músicas , produzir meu próximo clipe e me preparar para um DVD bem diferente e charmoso. Quero visitar o máximo possível de Estados no Brasil e cantar muito, me emocionar muito e continuar sonhando muito, projetos não faltam! E claro, continuar com Deus e família ao meu lado.
Poderia deixar um recado para nossos leitores?
Obrigada à todos que ajudaram nosso som ser mais conhecido, galera maravilhosa das redes sociais, família e amigos pelo apoio. Para quem ainda não conhece nosso som, vai curtir. Parafraseando um trecho da música “Pra você sorrir”: “Para 2012, Leve só o que faz bem pro coração, com carinho, você poderá unir tudo, mesmo o que foi quebrado. Cure-se com o perdão mesmo que tenham te ferido. Às vezes, o que nos falta diante da vida é só mais um pouco de humor e nunca se esqueça, ponha em tudo mais amor. Se neste ano você plantou chorando, sorrindo você vai voltar!”
Fonte: Gospel+